sexta-feira, 25 de maio de 2012

Fui ver o filme de Gonçalo Tocha: “É aqui não é na Lua”, achei o filme brilhante, genuíno e muito emotivo. Adorei a sensibilidade com que foi feito o documentário, mostra essencialmente o isolamento daquelas ilhas e a forma simples de quem vive com pouco.
25.05.12
av

quinta-feira, 24 de maio de 2012


Um site com informação turística e imagens lindíssimas dos Açores. É caso para se dizer: Sinta-se vivo!
http://www.visitazores.com/pt-pt
Muros de pedra preta

 
Agora percebo…porque se sentava ele debaixo da figueira de pernas semi abertas, com o olhar parado, naquele marasmo de calor, soprando o fumo para frente e olhando o nada. Às vezes é difícil olhar o nada do instante e ficar-se no tempo aproveitando cada segundo como se a vida fosse acabar em breve. Sinto-me nessa sintonia, embora mais breve no meu olhar, mas sempre vendo o que mais ninguém quer ver comigo. Tenho saudades do chinelar das suas “slipas” velhas, eram amarelas desbotadas, já lhe faltavam bocados do uso, mas de lugar cativo naquela casa. É talvez das únicas casas sem foto de família, mas o ranger do sobrado conta os passos de várias gerações. Tempos de saltitar, de sal no corpo, de um pedaço de bolo com queijo e de peixe salgado em cima dos muros. O armário verde alface pintado com restos de tinta, entreaberto… espreitando! É a saudade que me fala assim, deste modo simples e tão presente, de aromas, cheiros e descidas cautelosas em escadas de pedra desnivelada. O quintal de rocha lávica, emoldurado de amoras negras, de faia preta, decorado com carcaças de caranguejos laranja, onde eu num só salto temia o aviso da minha mãe de que o quintal de tão perigoso, não era para mim. Na passagem sem portão, esmigalho a folha da árvore de limas, puxo o ar e fecho os olhos…cheiro verde de sumo com aroma purificante e renovador… adoro! Sempre o cheirei desde que me lembro! Este ano não fui capaz…sabia que o ia encontrar no mesmo sitio, sentado… tudo me ia fazer lembrar, as suas gargalhadas duradouras, persistentes ecoam no ar e o passado ainda está demasiado presente…
26.12.11
av

Tanto Mar

Atlântico até onde chega o olhar
E o resto é lava
e flores.
Não há palavra com tanto mar
como a palavra
Açores

Manuel Alegre
Descoberta dos Açores

"A ideia que temos de um paraíso na Terra é quase sempre uma ilha. Mesmo quem vive em alguma sonha-o sempre em outra, muito longe. E nos Açores há nove, porque, como muitas outras, estas ilhas são as mais belas do Mundo. Há quem pense que já se sabia da sua existência antes de aqui chegarem portugueses, no século XV, mas essa crença tem o valor histórico de uma fábula. Nas cartas náuticas desse tempo era costume desenhar ilhas imaginárias nas lonjuras desconhecidas dos mares, dando-lhes nomes de lendas e de mistérios. Faltando muitas informações à nossa curiosidade acerca do seu descobrimento, até a carta do maiorquino Gabriel de Valsequa, feita em 1439, e que vale como certidão de nascimento do arquipélago, sofreu um borrão de tinta que ocultou parte do nome do descobridor, o qual, antes disso, o também maiorquino Pasqual interpretara, já com muita dificuldade, como sendo Diego de Guullen. (Tê-lo-á influenciado a semelhança deste nome com o de Gullén de las Casas, que foi feito senhor das Canárias em 1437?...) No entanto, e apesar de várias outras hipóteses, é geralmente aceite a opinião do historiador Damião Peres de que o descobridor dos Açores terá sido Diogo de Silves, em 1427."
Texto de Daniel de Sá