terça-feira, 25 de fevereiro de 2014








 Âncora
Largava a mão…e corria como se atrás de mim corresse uma multidão. Aguardava-me o assento daquela âncora, côncavo, castanho, áspero, frio e feito para ancorar parte da minha infância. Fiquei ali gravada para sempre. Avancei, com a certeza de que ali ficaria esperando os demais que por ali passassem. O pai de mãos atrás das costas, baloiçando ao sim de cada passo, avançava. Esperava-o à distância de um abraço e arrancava logo de seguida, para apanhar a outra âncora que seria a última. Uma última âncora na minha vida.  
av
25.02.14