quarta-feira, 27 de agosto de 2014


A fala do silêncio

Hoje a chuva é um assombro tendo em conta o mês.
É compassada e faz-se sentir aleada da natureza. Falar e dizer o que se tem a dizer e fazer com isto um emaranhado de letras que ecoam e tem som. Era sempre assim… ficavam sentados lado a lado na noite que silencia, apontando com o dedo ao longe a luz que rodava a cada 2 segundos (o farol), avivando a memória de quem o fintou. Deixar-se ficar sem mais nada, sem a pressa do fim do dia, tendo cada hora a preciosidade de ser um momento único. Cada hora que vivemos é ímpar, Deus não nós deu a permissão de a repetirmos, castigou-nos…e porquê? Nem tão pouco a hipótese de o corrigir e com isso revive-lo. Não. Basta hoje o silêncio em que se diz nada, mas tudo ficou dito. Nem um abraço, nem a pieguice do apego, silêncio…silêncio que é bom.

17.07.14
av