A fala do silêncio
Hoje a chuva é um
assombro tendo em conta o mês.
É compassada e faz-se
sentir aleada da natureza. Falar e dizer o que se tem a dizer e fazer com isto
um emaranhado de letras que ecoam e tem som. Era sempre assim… ficavam sentados
lado a lado na noite que silencia, apontando com o dedo ao longe a luz que rodava
a cada 2 segundos (o farol), avivando a memória de quem o fintou. Deixar-se
ficar sem mais nada, sem a pressa do fim do dia, tendo cada hora a preciosidade
de ser um momento único. Cada hora que vivemos é ímpar, Deus não nós deu a
permissão de a repetirmos, castigou-nos…e porquê? Nem tão pouco a hipótese de o
corrigir e com isso revive-lo. Não. Basta hoje o silêncio em que se diz nada,
mas tudo ficou dito. Nem um abraço, nem a pieguice do apego, silêncio…silêncio
que é bom.
17.07.14
av
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